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sábado, 6 de março de 2010

MEDO, PEDRAS E FÉ.




04/01/10
Chega a 50 o número de mortos em Angra. Subsecretário de Defesa Civil diz que mais vítimas podem ser encontradas. Já foram achados 21 corpos no Morro da Carioca e 29 na Ilha Grande.

22/02/10
Tremor de magnitude 7 no dia 12 matou ao menos 200 mil.
Fora confirmadas até agora as mortes de 21 brasileiros. A situação humanitária do país, o mais pobre das Américas, é caótica. Pelo menos 200 mil pessoas morreram, 300 mil ficaram feridas, 4 mil foram amputadas. Há um milhão de desabrigados.



01/03/10
O terremoto de 8,8 de magnitude que atingiu a região central do Chile na madrugada de sábado (27) derrubou prédios e deixou pelo menos 723 mortos e 19 desaparecidos.
(fonte: site G1)



Estamos acompanhando diariamente notícias terríveis sobre várias tragédias naturais, desmoronamentos, tempestades, terremotos, maremotos e etc. As pessoas começam a sentir desconforto, medo, e a sensação de que o fim de todas as coisas está próximo. Dá para perceber isso, através das conversas em todo tipo de ambiente... 


Sob uma perspectiva bíblica, esse pânico deveria ser uma realidade constante na vida dos que não crêem genuinamente em Deus e na vida dos que mesmo crendo, andam em hipocrisia. Pois, sem comunhão com Cristo, o perigo eminente que nos cerca é pior do que mil terremotos. Nessa vida tão frágil, partindo sem comunhão com Ele estaremos indo direto ao inferno.
Por isso, de certa forma, o despertamento em relação ao fim eminente, é bom, porque joga por terra as estruturas que o homem pensa que lhe traz garantia e lhe dá a oportunidade de encontrar a verdadeira segurança. Esse medo é útil, retira à soberba, nos faz chorar como crianças e pedir socorro a Deus sem ter vergonha de parecermos ridículos.


Penso que os sentimentos de impotência diante das mazelas da vida, deveriam servir de impulso na direção do Deus encarnado, do Redentor Jesus. Pois, cada passo em sua direção, nos fariam sentir menos peso, menos medo.
Entretanto, parafraseando o poeta, há de ser considerado, que nessa direção encontraremos algumas pedras no meio do caminho, e o primeiro obstáculo a ficar para trás é o orgulho.
O orgulho representa a pedra no meio do caminho, quando mesmo ante a prova, o aflito ainda encontra espaço para ponderações como: - A coisa está difícil, mas será que diante desse obstáculo vale à pena continuar nessa direção? Eu ainda posso pensar em um atalho.


A Bíblia nos fala sobre uma mulher, que com um sério problema de hemorragia (Mc 5.25-34), encontrou a sua cura através de Cristo. Antes de relatar sobre o momento áureo, o evangelista nos fala sobre o histórico da caminhada daquela mulher:



Ela padecera muito sob o cuidado de vários médicos e gastara tudo o que tinha, mas em vez de melhorar, piorava. v.26


Ou seja, diante de tudo, que aquela mulher já havia tentado e fracassado, diante do seu grave problema que persistia; enfrentar uma multidão, enfrentar constrangimento e até humilhação, representava uma pedra pequena demais para não ser ultrapassada. O orgulho ficaria para trás.


Quando mais novo, há pouco tempo atrás, eu, meus primos e tios costumávamos brincar com os chamados jogos de tabuleiro - não sei bem se era esse o nome – mas, eram aqueles joguinhos de dados e pinos que corriam as casas do tabuleiro, e algumas casas nos faziam voltar tudo o que já havíamos progredido. Como isso era ruim! Às vezes, perto de ganhar, éramos obrigados a voltar ao início.
Trago a memória as lembranças do passado, para ilustrar o fato de que na caminhada proposta, ainda existem outras pedras a serem superadas, que se não forem, poderão causar um triste retrocesso.


Após superar a pedra do orgulho, a pedra da impaciência passa a ser a próxima. Há quem pense, que após tomar a decisão certa e dar demonstrações de humildade; temos o “sagrado” direito de sermos prontamente atendidos.

Quero aqui chamar a atenção, entre outras coisas, para o caráter relacional do contato da criatura com o Criador. Independentemente, de nossa “justificável” urgência na solução dos problemas, o Senhor jamais será submetido a nossa agenda de prioridades, o homem é que precisa submeter-se a agenda do Senhor. Quanto a isso, o mesmo capítulo cinco de Marcos, traz um bom exemplo.


Marcos nos conta que outra pessoa havia chegado antes da mulher, a suplicar o favor do Cristo. O seu nome era Jairo um dos dirigentes da sinagoga e ele estava com sua filha à beira da morte. Por essa razão, Jairo já havia superado antes da mulher, a pedra do orgulho, mas diante da interferência dela, Jairo teve que aprender, não só a humildade, mas também a paciência e submissão à agenda de Jesus. Eis a pedra da impaciência superada. 

Tal aprendizado foi extremamente útil a Jairo, para saltar, sem pegar impulso, uma pedra, que para muitos é uma verdadeira montanha rochosa: a pedra da incredulidade.


A incredulidade jamais será vencida sem a experiência adquirida através da caminhada de uma vida paciente e submissa à vontade e ao tempo do Senhor. Porque, tais atitudes nos fazem ver melhor a realidade fora de nós mesmos.

Você pode até adquirir humildade e paciência enclausurado dentro de um mosteiro, isolado de tudo e de todos. Mas, a fé vem da experiência em seguir de perto os passos do Mestre, se é nele que eu preciso crer, então tenho que ver o que Ele é capaz de fazer com todo amor que possui; até onde Ele vai por pessoas tão falhas e pecadoras assim como eu. Para que eu tenha a certeza de que também serei alvo desse amor.

Alguém pode dizer: - Quem chega ao ponto de clamar a sua ajuda é porque já crê. Tal pensamento só reforçará a hipocrisia de quem não admite que não foi a fé que o levou aos pés do Senhor, mas sim o medo. Que não foi a fé que o fez buscar uma ajuda antes inimaginável, mas sim o medo de perder aquilo que realmente valoriza, seja a própria vida ou a de quem muito se ama.

O mesmo medo, que um dia será suficiente para fazer com que todos os joelhos da terra se dobrem e que todas as línguas confessem que Jesus Cristo é o Senhor (Rm 14.10-11). O medo pode até nos levar aos seus pés, mas é a fé que nos leva ao seu coração.

Jairo foi paciente, por isso testemunhou o antes e o depois daquela mulher, e isso foi determinante para que ele pulasse a pedra/montanha da incredulidade. A semelhança de Jairo, perseverando na caminhada com Jesus, antes mesmo de você alcançar o seu milagre, você verá muitos outros acontecendo no meio do caminho e isso lhe trará a fé necessária para a superação da última pedra. A Pedra do auto-comando.

Essa é uma pedra que fica colada à pedra da incredulidade, sendo assim, ao pularmos uma, vencemos também a outra. Porém, o identificar a superação desta pedra, representa a prova real de que nossa fé não é parcial ou falsa.

Logo após ter testemunhado sobre a cura milagrosa da mulher, Jairo foi bombardeado com uma péssima notícia, sua filha havia morrido. Os segundos entre a notícia e a resposta de Jairo, parecem durar uma eternidade em sua cabeça. Penso que nessa hora o sentimento de que tudo havia sido em vão, tentou de todas as formas invadir a sua mente. Porém, encontrou um Jairo impactado por algo, que nunca sentira antes. Essa é à hora crucial.

O medo de perder a filha o levara a uma condição nunca antes experimentada. Agora palavras martelavam em sua mente: “... Sua filha morreu não precisa mais incomodar o mestre”. Nesse momento, o Jairo, líder religioso, conhecedor das escrituras, descobre algo que ele de outras formas, já havia ouvido, já havia lido, já havia falado, já havia visto (no caso da mulher), mas nunca havia sentido: “O Deus que nós incomodamos por medo, se incomoda em nosso favor, por amor.”

Não fazendo caso do que eles disseram, Jesus disse ao dirigente da sinagoga: “Não tenha medo; tão-somente creia”. V.36


Ao ouvir tais palavras, Jairo entendeu que ele não precisava dar uma resposta, mas sim, acreditar na Resposta que havia buscado na hora do seu maior medo: Jesus. Ele creu e fez o que naturalmente seria necessário fazer, deu a direção, o comando de toda situação ao Senhor Jesus. Conseqüência natural da fé. Não adianta convidar a Jesus para agir em seu favor, se você não der a ele a direção.

Dali por diante, todas as pedras que estivessem no caminho estariam a cargo do Senhor Jesus. Primeiro ele tirou os obstáculos da fé, os conformistas, os pessimistas (v.37). Ao chegarem à casa de Jairo, mais pedras, e Jesus foi tirando, a pedra da irreverência, da zombaria, da insensibilidade, da arrogância (v.39-40).

 Jairo havia entregado a Jesus a direção da sua própria casa e quando isso acontece os milagres não são um fim, mas sim, conseqüências dessa entrega.



Que o medo generalizado nos faça ver quão frágeis e desprotegidos somos e nos revele Jesus como resposta; e, que cada passo em sua direção nos condicione a superar as pedras da soberba, da impaciência, da incredulidade e do auto-controle humano. E, assim sendo, que o medo seja trocado pela fé, diante da capacidade de ouvirmos a voz que diz: Não tenha medo, tão somente creia.

3 comentários:

  1. Que texto ótimo!!! Obrigada pelo Canal Curador que vc te sido em minha vida! Sempre se desprendendo de diversos obstáculos...Sejam eles grandes pedras ou minúsculas areias... isso não importa, importante é prosseguir e aceitar que através das Curas que Ele tem realizado em ti...Eu tenho sido marcada para nunca mais esquecer das transformações necessárias que tem sido movidas através de sua Amizade, que me pastoreia sempre a seguir os passos do nosso Mestre Jesus! Ainda há em mim muito o que ser reconstruído, isso também não importa, importante é peregrinar sem cessar no caminho Perfeito de Deus. Que Ele continue te abençoando! Um grande abraço pra ti, Habitante do meu coração! Sua ovelha

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  2. Shalom!

    Uma alegria conhecer seu blog. O Eterno resplandeça o rosto Dele sobre ti!

    Medite no Sl 36.8,9

    Nele, Pr Marcello

    Visite: http://davarelohim.blogspot.com/

    e veja o interessante texto:

    O caminho de Emaús

    P.s>>> Caso vc se identifique com o blog, torne um seguidor. Será uma honra!

    Grato

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  3. Gostei do seu blog! Parabens!
    Fique na paz!
    Um abraço

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