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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

POBRE DE QUEM PARA JUDAS, DIZ AMÉM.





O presidente Lula em mais um de seus famosos discursos de improviso, deu uma tremenda mancada: "...se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".


Coalizão, segundo o Aurélio, é o acordo de partidos políticos para um fim comum. Mas, falando dessa inusitada aliança, metaforicamente sugerida por Lula, verdade seja dita, a união de forças antagônicas em torno de um alvo em comum, não é criação do Lula e nem de um partido político. É do tempo de Adão e Eva. Na História só existiu um Judas Iscariotes, mas pessoas e sistemas a la Judas, existiram e existem aos montes, assim como gente disposta ou "sem saída" buscando esses, a fim de unirem forças ou trocarem uns favorezinhos.

O que o Presidente e seu partido fizeram foi simplesmente engolir os pressupostos da ideologia partidária, deixando os bolchevistas do partido sem chão, para então, cair nos braços dos donos do capital. Manipulando a ignorância do povo ao invés de combatê-la de forma séria. Lula firmado em suas "boas intenções", não teve o mesmo escrúpulo, que talvez tivesse - ou teve - um presidente intelectual e doutorado - talvez se arrependa até hoje.

Quer saber? Todos sempre dançaram conforme a música, a diferença é que Lula preferiu dançar um xaxado em piso de barro ao invés de uma valsa. Não sou nenhum simpatizante, mas seria uma tremenda hipocrisia condená-lo por dizer a verdade - talvez pelas verdades que omitiu sim - até porque muitos dos que o criticam gostariam de estar no mesmo lugar que ele desfrutando de uma popularidade marqueteiramente construída.

Lula possui suas peculiaridades, ele se emociona, e talvez realmente acredite que é uma espécie de salvador da pátria, que se aliou aos maus para fazer o bem. Há nele aquela coisa do torcedor de futebol faroleiro que goza da cara dos amigos perdedores. Sua experiência foi empiricamente construída no pó da estrada, no lidar com as pessoas do povo. Talvez, seja essa a causa de sua fala tão metafórica, longe das teorias academicistas e colorida pelos causos tão comuns a maior parte do eleitorado.

Tomado pela euforia, sem o discurso no papel e com a espontaneidade de um bebúm, que solta o verbo, Lula se aventura a falar o que não estava na pauta, muitos desses momentos não passaram de combustível para comediantes. Porém, o discurso em questão serviu para trazer à tona a realidade, o que fingimos não ver. Não existem salvadores da pátria, ninguém que esteja lá em cima, põe em primeiro lugar os interesses do povo. Porque aqueles que os põe no poder, aqueles que através do marketing milionário transformam qualquer sapo em príncipe, sempre vão lhes dizer: -"Sem mim nada podeis fazer!" Vão sempre lhes lembrar como um messias às avessas, que o povo é "massa de manobra", pessoas convencidas pelas imagens que eles constroem (não foi assim que elegeram o Collor?).

Mas, com todo respeito, chega de falar de presidentes. Em suma, esse episódio só veio mostrar, que quando não nos aliançamos com Deus só sobram os judas da vida. O que dizem os ditos populares? Dance conforme a música; se não pode contra o inimigo una-se a ele; manda quem pode obedece quem tem juízo; farinha pouca, meu pirão primeiro. 

Não são só as autoridades de hoje, que encontram no traídor um bom parceiro. Na narrativa bíblica são as autoridades judaicas que fazem aliança com Judas, mas é ele quem se oferece como solução para o "problema" daqueles líderes (Lc 22.4). Na vida e na História é sempre o judas quem se oferece primeiro, ele que traz a dita proposta irrecusável que casa perfeitamente com as "boas intenções do homem". Na Bíblia vemos, que os sacerdotes e oficiais do templo ficaram eufóricos com a solução oferecida por Judas a um preço tão baixo: 30 moedas de prata.

Sempre existiram judas querendo ajudar a lulas, Fernandos e etc... Ninguém é obrigado a aceitar, mas as propostas sempre são muito atraentes e na falta de opções é difícil resistir. Onde estão os grandes idealistas, onde estão as vozes humanitárias? Vivemos em um tempo em que sobram judas e faltam os salvadores.

Os lulas (os que buscam o caminho mais fácil) e os judas (os que oferecem facilidades), multiplicam-se no tecer dos dias na busca de seus quinhões de poder. Entretanto, Jesus é um só, ontem, hoje e eternamente. Não fez aliança com o Iscariotes, porque não veio para alimentar o revezamento entre oprimido e o opressor, mas sim, para fazer aliança com todos aqueles, que não o vêem só como uma boa figura a ilustrar uma fala; que não o vêem como um mero ícone de sua religiosidade. Mas o enxergam com o Salvador único e suficiente para todos os que nele crêem. É triste percebemos, que por ignorar a Palavra de Deus, estamos perdendo de vista a Jesus. Restando-nos apenas os judas.

Pobres sacerdotes e oficiais do templo, pobres Lulas, pobres Sarneis, pobres Josés, pobres Renans, pobres Michels. Pobre de quem para Judas, diz amém.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

JESUS, O BÊBADO E EU.


Falar que as pessoas são medidas pelo sucesso, pelo êxito, pelos padrões sócio-econômicos, é chover no molhado. Porém, outro dia andando na rua deparei-me com uma cena, infelizmente muito comum, que me instigou a refletir um pouco sobre o tema. Vi um homem cambaleante totalmente bêbado que se agarrava as paredes de uma loja. A julgar pela maneira que ele balançava, parecia que todo o planeta estava sob o mais poderoso dos terremotos. Quando o ébrio percebeu que por um momento eu olhava para ele, disse a esmo a seguinte frase: - Todo mundo só fica olhando prás cachaça queu tomo, mas ninguém vê uss tombu queu levo! Foi dessa forma que ele falou. Uma frase comum, repetida nos bares. Porém, aquela fala, naquele momento, me constrangeu.

Fez-me pensar como nos tornamos juízes um dos outros à medida que o outro vai se dissipando a nossa frente, à medida que o vemos como menos favorecido que nós. É nessa hora que notamos, sob uma análise mais profunda, que nosso julgamento do alheio se dá a partir dos nossos valores e não a partir do real estado e necessidade do outro. Como olharíamos a um bêbado antes da embriaguês? Como o julgaríamos ao vê-lo enquanto estava sóbrio e com roupas limpas? Somos tremendamente circunstanciais em nossos pareceres. Todos sabemos sobre a miséria espalhada em nosso país e no mundo, todos sabemos que muitos dos nossos semelhantes padecem. Então, por que de forma seletiva, nos importamos mais com uns do que com outros?

Por que não nos abalamos tanto com o genocídio de 1994 em Ruanda, como ficamos abalados em 2001 com os atentados de 11 de Setembro? Não indiferente a outros grandes traumas na humanidade, uso esses dois momentos por causa da contemporaneidade dos fatos. Em Ruanda, em 100 dias, morreram 800 mil (média de 8 mil por dia), no 11 de Setembro em um dia morreram aproximadamente 3 mil pessoas. Qual das duas calamidades teve maior repercussão na chamada "Comunidade Internacional"? Sem dúvida o episódio em solo norte-americano. É óbvio, que não queremos medir o peso desses dois momentos, pois ambos foram terríveis, mas sim chamar atenção para o diferente grau de importância dada entre dois períodos, não tão distantes em termos de poder de exposição da mídia internacional, ou seja, não foi por falta de recursos informativos, que o mundo falou e se "importou" mais com o 11 de Setembro.

Nós, seres humanos, mesmo não admitindo, nos encontramos desumanizados ou em processo de desumanização. Avaliamos a dor e/ou condição do outro a partir de nós mesmos, a partir dos pressupostos que são construídos em nós por uma sociedade, que incentiva a permanecência no senso comum. Aonde tudo já nos chega mastigado, onde já pensaram por nós. E nos entregam tudo já empacotado e pronto para o consumo, entretenimentos, ideologias, valores, padrões estéticos e etc... Daí, nos indignarmos pelas coisas que nos mandam indignar, nos alegramos pelas coisas que nos mandam alegrar, valorizamos o que nos mandam valorizar. Você pode até dizer que não é bem assim, mas é! Creio que há algo inato na natureza rebelada do ser humano: pensamos em nós primeiro e todos os nossos pontos de vista nascem do ego para fora, do eu para o outro. E isso desde o nascimento. Que o filósofo me perdoe, mas não creio que nasçamos como tabulas rasas, folhas de papel em branco. Não ignorando o que diz a psicologia quanto às fases cognitivas da criança, já nascemos com tendências egocêntricas e hedonistas. Há uma base inicial já distorcida em relação ao "projeto original" de Deus para os homens, que precisa ser consertada senão tudo o que for construído sobre ela estará longe do ideal. Esse é um ponto. Outra coisa a ser dita é que o nosso julgamento nunca é imparcial, desprovido de influências externas. Ele sempre estará impregnado daquilo que valorizamos e buscamos durante a nossa jornada de vida - aqui me afino com o filósofo (risos).

Sabem, eu tenho aprendido que somos imitadores por natureza, o mimetismo é próprio dos homens. Influenciamos e somos influenciados o tempo todo. Isso não precisa ser mudado, só existe Um que é cem por cento original. O problema está nos exemplos que temos recebido, nos valores absorvidos, que além de moldarem as nossas motivações e atitudes, as colocam sob um princípio capital: "Sempre olhar para o outro a partir de si próprio". Ou seja, não só nascemos assim, mas somos motivados a permanecer assim! O outro não é o que é de fato, ele é o que eu penso sobre ele. E, o que eu penso sobre ele é ditado por uma sociedade cada vez mais imediatista e egoísta, que só se importa com aquele que pode lhe trazer "retorno". A educação, o afeto familiar, até as religiões, servem para trazerem um pouco de luz em meio a essas trevas. Porém, não são suficientes. Porque tais valores são emanações de uma fonte maior e inesgotável, que não permanecem por muito tempo se não estiverem em conexão direta com ela.

Ah, como aquele homem embriagado me ensinou! Ele me fez ver aquilo que Jesus não cansa de ensinar-me e eu insisto em não aprender! Mais feliz, muito mais feliz é aquele dá, do que o que recebe. Deus nos fez como canais de seu incessante favor. Recebemos dele e passamos ao outro, para que as preocupações sobre o que fazer com o acúmulo não nos devore e nos transforme em devoradores. Mas, isso não se aprende em discursos - os socialistas bem que tentaram. Sem uma mudança no âmago, na estrutura central do ser, no máximo seremos como rochas á beira-mar, apesar de toda resistência, com dia e hora marcados para serem moldadas pela força das ondas. O bêbado sem querer me fez ver, que a diferença entre ele e eu poderia ser meramente cronológica, que de certa forma, sem uma mudança visceral de caráter e valores, todos chegamos ao mesmo buraco. Uns mais depressa outros mais devagar. Ele me fez ver, que sem uma base transformada, sem uma mudança radical, sem um novo nascimento de alma, mente e coração, todos os meus atos ou intenções de bondade, não passarão de vernizes, que tentam disfarçar a feia face do egocentrismo que há em mim.

Jesus veio ao mundo para efetuar essa mudança, a fim de que, sob a certeza de seus cuidados, tenhamos atitudes altruístas sem a espera de recompensas. Para que haja uma metanóia (total mudança espiritual e intelectual), completa em nossas vidas. Para, que possamos ver nossa real condição, aquilo que os olhos carnais não enxergam, revelando o quanto pobres e miseráveis somos. Para nos fazer clamar por socorro, por misericórdia. Veio nos dar uma nova base, uma rocha firme sobre onde construiremos edifícios eternos. A fim de que, o que venha a ser erigido, não se corrompa. Para, que ao contrário do que aconteciam antes, as lutas e provações em meio a uma multidão alienada e corrompida, só sirvam para fortalecer ainda mais as nossas convicções, aumentando a compaixão e o amor pelos outros. Pois, diante de nós se abrirá um mundo novo, de infindáveis possibilidades.

 Antes eu sonhava com o dia em que estaria no céu junto com minha família, amigos e longe desse "mundo sem solução". Hoje, sobre um cenário mais amplo, mais integral. Sonho com um reino lindo, que já começa aqui e se perpetua na gloriosa eternidade. Nesse novo sonho, eu ainda vejo minha família, meus amigos, meus irmãos. Mas, além disso, percebo que há nele uma maior definição, Jesus não é mais aquela figura nós ares distante das demais. Ele é alguém que está no centro de uma numerosa multidão. Há mais zoom nesse sonho. Posso ver a face das pessoas, como elas são, posso ver que Jesus é muito mais lindo de perto. E ao insistir em mirá-lo, o que vejo me emociona. Percebi que sob a amplitude de uma luz intensa, lá estavam, no meu sonho renovado, Jesus, o bêbado e eu.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

QUEM EU SOU?





Essa semana lí um artigo muito interessante onde duas afirmações do autor ficaram gravadas em minha mente,  não sei bem se com as mesmas palavras, mas ele escreve mais ou menos assim: "Nosso atual sistema democrático só serve para dar legitimidade a minoria que controla os aparelhos do governo"; e, "Vivemos num país laico (onde a religião não tem poder sobre o estado e vice-e-versa) e querem transformá-lo num país secularista onde não há mais espaço para crenças religiosas". São verdades que todos sabemos , mas fingimos não saber, mas nos trazem indignação.

Quem eles pensam que são? Utilizam o poder para diminuição do ser e para a ilusória alimentação do ter. Ou seja,  sustentam a mediocridade do povo com educação de má qualidade e entretenimento  ordinário, enquanto lhes lambuzam os lábios com facilidades (apadrinhamentos) e assistêncialismos baratos. Quem eles pensam quem são?  Sob falsa bandeira de igualdade nos empurram seus estilos de vida desvairados e cheios de libertinagem. Dizem que querem respeito às suas opções, mas na verdade querem impó-las em contrariedade ao que dizem ser arcaico e castrador.
Quem eles pensam que são? Vou lhes dizer o que são. São loucos que dançam a beira do abismo; são crianças imaturas que desejam dominar os pais; são bestas desumanizadas guiadas por instintos; São maníacos sexuais capazes de fazer inveja ao Marquês de Sade; são melancólicos disfarçados de liberais; são deuses de barro carregados pela multidão... São autocratas minoritários que dominam sobre a grande maioria, todos moldados no mesmo chão.

Então, quem eles pensam que são? (...) Terminaria aqui com está interrogação? Talvez. Mas, que seja com outro sujeito. Porque, antes de obter a resposta certa, preciso fazer a pergunta certa para que não pensem por mim, sobre para onde vou, o que eu gosto e o que eu posso. E, isso eu preciso fazer antes de esticar o meu nervoso indicador.
Preciso saber de fato quem eu sou. Olhar para o espelho e dizer: Quem você pensa que é? Você é o que diz a multidão? Você é o que fala o coração? Você é formatado pela minoria que impõe dominação? Ou você é o que diz o Pai da criação?

Afinal, quem eu sou? Sou uma metamorfose ambulante que jamais criou asas? Ou, sou alguém que só vê à parte o todo que alguém já mirou? Quem eu sou?
Pergunta difícil de responder. Vamos então por eliminação.
Não sou o personagem que a novela inventou. Não sou o pobre coitado cujo o tempo findou. Não sou a esperança que o outro cantou. Não sou massa para o modelo que o mundo inventou. O chão dessa terra sofrida, o choro da vida ofendida, não me deixam saída... Sabem o que sou nessa vida? Penso ser uma criatura, que encontrou abrigo nos braços de quem a criou. E, que por isso, não teme mais o perigo da cria que se rebelou. Sim, eu sou uma criatura, que se transformou em filho por meio do favor imerecido do Filho mais digno.

Dada a conclusão, não aponto mais o dedo. Pois, já sei onde o leite azedou, em que curva o rio secou, onde a lepra se alastrou. Foi no coração humano, do homem que sabe pensar, mas esqueceu o que é amar. Raça que ama o que cria, mas aborrece quem a criou. Povo que anseia, procura, mas não se contenta, porque o que pensa ser muito é muito pouco e acabou. Povo pobre e sedento, que mesmo quando acredita chegar, descobre que nunca chegou.

Concordo com o escritor, mas para esse povo não estendo apenas o dedo. Pois ele só alcança, só mostra a ferida, preciso ir além, ir ao ponto que o bom Forasteiro chegou. Para esse povo eu estendo as mãos no afã de mudar sua história, de transmitir-lhes calor, um calor de fogo purificador da glória do meu eterno Senhor. Eu já sei quem eu sou. Sou o fruto do Sonho de Deus, que por meio de Cristo com Ele se reconciliou.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O LUTADOR



Está semana eu tive a oportunidade de assistir a um grande filme, "O Lutador". Um filme que conta a história de um lutador profissional, que fez muito sucesso no passado. Porém, vinte anos depois amargava ter que participar de lutas encenadas para conseguir sobreviver, um cinquentão, que já não aguentava mais manter o ritmo de antes.

O lutador, personagem central da trama, interpretado de forma impecável pelo ator Mickey Rourke, chega a um ponto decisivo quando sofre um ataque cardíaco e o médico o proíbe de lutar. Alguém que vivera antes de maneira desvairada e irresponsável, se viu fragilizado e ainda mais perdido quando foram frustradas as suas tentativas de começar um relacionamento amoroso estável e de reaproximar-se da filha, a qual nunca dera antes a atenção necessária.

Para alguém que antes só se interessava pela fama e pelas conquistas no ringue, até que ele começou bem o seu caminho de redenção. Suportou bem o golpe da aposentadoria antecipada pelo ataque cardíaco, o golpe da "vergonha" de passar a defender o seu sustento como um simples atendente atrás de um balcão de frios. Entretanto, se viu nocauteado por causa da negativa de um amor repentino e da dureza do coração de uma filha magoada pelo histórico de irresponsabilidades do pai. Esses últimos golpes foram demais para ele, não conseguiu absorvé-los e voltou aos ringues para àquela que seria sua última luta. O filme é bom, original, cativante e distante dos clichês holliwoodianos.

Mas como eu não sou comentarista de filmes, aproveito o "drama" para refletir sobre esse negócio, que não deixa os olhos roxos, não doí na boca do estômago, não arranca dentes, mas deixa muita gente nocauteada. Que negócio é esse? São os golpes da vida! Que nem sempre podem ser evitados. E que se não forem bem absorvidos, sempre nos deixarão na lona. Pois, em se tratando desse tipo de golpe, os mais potentes são aqueles que surgem de onde menos se espera.

Conheço pessoas que se defendem muito bem das duras investidas que recebem no ringue de suas profissões, no ringue acadêmico, até no financeiro. Porém, quando a pancada vem de alguém mais próximo - amigos, família - as mesmas ficam acuadas nas cordas do isolamento, ou perdem tanto a sensibilidade, que ficam com as suas almas totalmentes desfiguradas pelas pancadas, mas por não se darem conta disso, continuam apanhando e batendo, desferindo golpes tão terríveis quantos os que recebem. Esta segunda condição pode até não ser tão ruim no ringue esportivo. Porém, no ringue da vida, ambos os lados estarão sob derrota. Pois, não há como curar um mal causando mal ao outro. Como já disse Mahatma Gandhi: olho por olho e logo todos nós acabaremos cegos. Mas o que fazer então? Como absolver golpes que nos deixam tão doloridos?

Segundo o nosso bom e velho Aurélio um dos significados da palavra absorver é esgotar. O mal que recebemos não precisa ser reproduzido e nem deve consumir-nos. Precisamos lidar com ele através de uma força maior que o fará esgotar-se em nós, como se tivéssemos dentro de nós o maior e mais potente de todos os incineradores. Algo fantástico, excelente, divino: o amor de Deus!

"O amor é paciente o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura os seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." ICor 13.4-7

Não há força maior do que a força do amor daquele que já absorveu em si todos os golpes mortais que estavam a nós destinados. Um amor que ao ser reconhecido e crido passa a habitar no interior dos que crêem.

Aprendamos a absorver os socos e pontapés que recebemos nesse mundo cruel, rendendo-se primeiro diante daquele que já venceu toda violência e morte. A fim de que seu amor queime também em nossos corações!

sábado, 25 de abril de 2009

SERÁ QUE NOS FALTA O DESERTO?



Jesus, pleno do Espírito Santo, voltou do Jordão; era conduzido pelo Espírito através do deserto. Lc 4:1

Para onde estamos caminhando e o que nos tem conduzido?
A igreja - como instituição humana - muitas vezes, corre o risco de tornar-se uma metrópole, onde as pessoas buscam modismos a todo custo, com toda sujeição às ofertas do momento.- São bons, os produtos oferecidos?- Não sei, mas, a propaganda é, oferecem muitas vantagens, além de darem status ao comprador!O Espírito conduziu Jesus ao deserto, lugar onde o diabo lhe tentou. É no deserto que aprendemos a resisti-lo, Jesus nos mostrou isso, pois no deserto não há camuflagens para o mal, se na cidade o mal disfarça sua real aparência para enganar, no deserto temos discernimento. Aliás, qual é a principal necessidade de um homem no deserto? Saciar sua sede, obviamente. Com toda certeza ele buscaria isso com todas as suas forças. A água é essencial à vida, seja qual for o contexto em que estiver o homem, tanto no deserto, quanto na cidade. Porém, na cidade muitas vezes seus desejos não andam junto com sua maior necessidade. Na cidade a água é fácil de ser encontrada ela é manipulada de todas as formas, criando-se assim subprodutos que seduzem pela propaganda: "satisfação garantida com pouco esforço". O que mudou, porque o desejo do homem subjuga a sua principal necessidade? Será que nos falta o deserto? Os homens da cidade-igreja, do mundo “gospel”, discutem suas preferências, para elegerem o novo causador de sensações do momento, enquanto, ao redor dessa metrópole desvairada - que tem se tornado a igreja em nosso Brasil - o deserto da miséria e injustiça social, castigam duramente as criaturas de Deus. Mas mesmo assim, eles encontram a Água; o deserto das drogas assola a milhões, mas eles buscam a Água; o deserto do esvaziamento moral seca nossa sociedade. E ela pergunta, onde está a Água?No deserto do mundo, fora das paredes da metrópole, ninguém se importa com subprodutos, todos querem Água! A Água da Vida que só Jesus pode dar. Aonde estão os discípulos, aos quais Jesus ordenou: dai vós mesmo o que comer a eles.Senhor , será que nos falta o deserto, para que possamos buscar com todas as nossas forças a Água da vida que é Jesus?Senhor, assim como concedera ao seu filho, conceda-nos hoje também, a plenitude do Espírito e arranca-nos da cidade das facilidades ilusórias para sermos mananciais no deserto, onde o Sol da Justiça queima toda indiferença e o maligno jaz derrotado.

O PAI SABE VOAR


Outro dia lí em uma revista uma matéria que dizia que o maior vilão por trás das doenças que mais matam no mundo é o estresse, que atinge cerca de 60% da população mundial de forma continuada. Segundo a matéria é exatamente aí que está o problema. Quando as pessoas recebem os estímulos que provocam o estresse muitas vezes ao dia, o organismo não consegue eliminar os seus efeitos no corpo. E então começa o caos.
Nos últimos anos, estudos conduzidos na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil mostraram que o estresse por períodos prolongados favorece o surgimento de diabetes, doenças cardiovasculares, ansiedade, depressão, impotência, infertilidade e até mesmo algumas formas de câncer. Agora uma pesquisa conduzida por equipes de duas universidades paulistas – a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – revela outro possível efeito devastador do estresse. Essa reação natural do organismo, que em um primeiro momento facilita a adaptação a situações novas ou ameaçadoras também potencializa processos inflamatórios que podem culminar na morte de células nervosas (neurônios) em duas regiões específicas do cérebro: o hipocampo, associado à formação da memória, e o córtex frontal, responsável pelo raciocínio complexo.

Bem, como deixa claro a ciência, o estresse, em si, é um mecanismo natural de adaptação, não uma doença. O problema surge quando se perde o controle sobre o nível de estresse.
Porém, como ciência não é a minha área, aproveito a deixa sobre o controle do estresse para, como diz um irmão querido: enriquecer o assunto com a Palavra de Deus!
Jesus em uma de suas falas registradas no seu Evangelho, segundo o apóstolo João, diz que no mundo teríamos aflições, contudo, nos exorta a mantermos o ânimo porque Ele venceu o mundo. Com essas palavras às vésperas de ser preso, Jesus consola os discípulos, que passariam por um grande estresse, mas não seriam consumidos por ele, eles não iriam morrer de aflição. Isso porque em Cristo nós só temos a parte boa do estresse, aquilo que nos põe em alerta, a postos!
Aqueles que caminham nesse mundo confiando em Jesus, não são consumidos pelas batalhas do dia-a-dia, porque Ele nos garante que da mesma forma como vem as provas, virá também o refrigério, algo que inevitavelmente tem que passar pelo crivo da fé. Quando diante do estresse, aflição, provação (ou como você quiser chamar), não tendo em que apoiar, costumamos desenvolver mecanismo de auto-defesa. Alguns se apoiam em vícios, outros em atitudes de caráter duvidoso, ou seja, vias de escape, efeitos colaterais nas vidas de pessoas que de alguma forma querem alívio às suas aflições, mas não sabem exatamente como, e se defendem como podem. Porém, como vimos, segundo as pesquisas sobre o assunto, esses escapes não tem dado certo.
As aflições estão não só consumindo, mas também destruindo vidas que carecem de afeto e segurança.

Por que a Palavra de Deus nos livra de sermos consumidos? Porque ela nos revela quem somos, de onde viemos e para onde podemos ir, nos dá senso de direção. Ela nos põe limites e nos faz ilimitados ao mesmo tempo; ela nos tira da condição de vítimas do sistema, do acaso e nos coloca como agentes da História; nos livra de sermos soprados e nos transforma em sopro de Deus, que refrigera a alma dos aflitos. Nos faz viver de forma intensa e coloca em nós uma espécie de timer (como aqueles que vem nas aves que assamos no Natal, que avisa quando está pronto), é algo que nos avisa quando mais uma vez estamos querendo largar a mão do Pai e sair correndo para cair logo adiante. Infelizmente muitos ignoram o aviso. E como um filho travesso que responsabiliza o pai por uma queda, fruto de sua desobediência, muitos tem responsabilizado ao Senhor pelos infortúnios seus e os da humanidade. São consumidos pelas aflições, matam e morrem.

Viver nesse mundo de aflições é como pular de um grande precipício. Uns pulam só, e outros pulam agarrados ao Pai. Tanto para os que pulam só, como para os que pulam com o Pai, o chão duro lá em baixo é o mesmo, a diferença é que o Pai sabe voar. Portanto, o que serve de desespero para alguns, para outros é a maior experiência já experimentada entre os homens.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

QUEM ENTROU EM JERUSALÉM? - PÁSCOA




Esta semana o mundo cristão comemora a Páscoa, os eventos da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Momentos em que o Nosso Senhor experimentou da fúria e da ingratidão do povo. Mas é interessante notar que uma semana antes destes eventos, Jesus havia sido ovacionado, aclamado como rei quando entrava em Jerusalém. Ele naquele momento era aclamado como o Rei dos Judeus, as pessoas jogavam mantos e ramos de árvores para cobrir a passagem daquele que eles mesmos chamavam de Messias. Os judeus adoravam a Jesus celebrando a chegada do que aos olhos deles seria o messias político de Israel. Os judeus então reconheciam que Jesus havia vindo da parte de Deus e o identificavam como descendente de Davi e continuador de seu reino.
Qual era a motivação do povão para recebê-lo daquela forma? Jesus estava no auge de seu ministério há uma semana havia feito algo tremendo ressuscitara a um homem que já estava morto há quatro dias. Para eles Jesus era a mais pura demonstração de poder e autoridade. Agora entre eles também existia um pequeno grupo, pequeno mais muito influente, eram as autoridades judaicas, que antes já haviam decidido por matar Jesus. Jesus já havia deixado claro para eles que não faria parte do jogo corrupto deles, não haveria aliança entre Jesus e os hipócritas do templo. Então entre continuar como capacho dos romanos, mas com todos os privilégios ou ver isso ser ameaçado por um novo líder carismático. A primeira opção foi à escolha, e para isso Jesus tinha que sair de cena.
De um lado o povão feliz por ter encontrado aquele, que pensavam ser seu novo líder político. Do outro lado uma minoria influente e poderosa, que já havia decidido, Jesus tinha que morrer.
Mas o que estava acontecendo de fato? Cumpriam-se as profecias. O Cordeiro estava indo ao matadouro para ser imolado. Como disse Isaías: foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca. Jesus entrando em Jerusalém estava indo fazer a vontade do Pai por amor as nossas vidas. Os homens pensavam fazer dEle parte de seus planos. Porém, Ele estava ali para cumprir a vontade do Pai. Sempre foi assim. Naquele momento, desfrutava Jesus de grande fama, ninguém mais estava se referindo a ele como o filho do carpinteiro. Mas, Jesus não veio para ser famoso e nem veio para substituir a Davi no trono. João Batista quando viu Jesus pela primeira vez disse: Vejam! É o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Os que só se preocupam com a fama de Jesus, e com o que ela pode lhe trazer, o louvam só como Rei. Agora os que sabem o que Jesus fez e faz o louvam como o CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO! Pois quando Jesus entra, ele entra para reinar, mas para reinar como o Cordeiro. Aquele que mesmo depois de glorificado ainda manteve as suas mão furadas! Quando nos não entendemos isso, ele lamenta: Há! Jerusalém! Se hoje mesmo você soubesse o que é preciso para conseguir paz! Mas agora você não pode ver isso.
Neste Páscoa, louve e exalte ao Cordeiro. Não a ninguém mais poderoso, não há ninguém mais justo, não há ninguém mais digno. Louve ao Cordeiro e tudo o que ele representa. Jesus foi enviado por Deus, ele é o Rei dos reis... Mas antes de tudo ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Eu quero ter o poder de Deus na minha vida, eu quero um dia reinar eternamente com ele. Mas assim como ele foi e não mudou. Eu também quero ter o caráter do Cordeiro na minha vida!
Quando há mais de dois mil anos Jesus entrou em Jerusalém, de uma forma ou de outra, a maioria só consegui enxergar a um Rei – com todas as conveniências e inconveniências advindas deste fato. É meu desejo, que nesta Páscoa, todos a exemplo de João Batista, mirem ao Senhor e digam: Vejam! É o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! E que assim Ele reine eternamente nos corações.

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