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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

POBRE DE QUEM PARA JUDAS, DIZ AMÉM.





O presidente Lula em mais um de seus famosos discursos de improviso, deu uma tremenda mancada: "...se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".


Coalizão, segundo o Aurélio, é o acordo de partidos políticos para um fim comum. Mas, falando dessa inusitada aliança, metaforicamente sugerida por Lula, verdade seja dita, a união de forças antagônicas em torno de um alvo em comum, não é criação do Lula e nem de um partido político. É do tempo de Adão e Eva. Na História só existiu um Judas Iscariotes, mas pessoas e sistemas a la Judas, existiram e existem aos montes, assim como gente disposta ou "sem saída" buscando esses, a fim de unirem forças ou trocarem uns favorezinhos.

O que o Presidente e seu partido fizeram foi simplesmente engolir os pressupostos da ideologia partidária, deixando os bolchevistas do partido sem chão, para então, cair nos braços dos donos do capital. Manipulando a ignorância do povo ao invés de combatê-la de forma séria. Lula firmado em suas "boas intenções", não teve o mesmo escrúpulo, que talvez tivesse - ou teve - um presidente intelectual e doutorado - talvez se arrependa até hoje.

Quer saber? Todos sempre dançaram conforme a música, a diferença é que Lula preferiu dançar um xaxado em piso de barro ao invés de uma valsa. Não sou nenhum simpatizante, mas seria uma tremenda hipocrisia condená-lo por dizer a verdade - talvez pelas verdades que omitiu sim - até porque muitos dos que o criticam gostariam de estar no mesmo lugar que ele desfrutando de uma popularidade marqueteiramente construída.

Lula possui suas peculiaridades, ele se emociona, e talvez realmente acredite que é uma espécie de salvador da pátria, que se aliou aos maus para fazer o bem. Há nele aquela coisa do torcedor de futebol faroleiro que goza da cara dos amigos perdedores. Sua experiência foi empiricamente construída no pó da estrada, no lidar com as pessoas do povo. Talvez, seja essa a causa de sua fala tão metafórica, longe das teorias academicistas e colorida pelos causos tão comuns a maior parte do eleitorado.

Tomado pela euforia, sem o discurso no papel e com a espontaneidade de um bebúm, que solta o verbo, Lula se aventura a falar o que não estava na pauta, muitos desses momentos não passaram de combustível para comediantes. Porém, o discurso em questão serviu para trazer à tona a realidade, o que fingimos não ver. Não existem salvadores da pátria, ninguém que esteja lá em cima, põe em primeiro lugar os interesses do povo. Porque aqueles que os põe no poder, aqueles que através do marketing milionário transformam qualquer sapo em príncipe, sempre vão lhes dizer: -"Sem mim nada podeis fazer!" Vão sempre lhes lembrar como um messias às avessas, que o povo é "massa de manobra", pessoas convencidas pelas imagens que eles constroem (não foi assim que elegeram o Collor?).

Mas, com todo respeito, chega de falar de presidentes. Em suma, esse episódio só veio mostrar, que quando não nos aliançamos com Deus só sobram os judas da vida. O que dizem os ditos populares? Dance conforme a música; se não pode contra o inimigo una-se a ele; manda quem pode obedece quem tem juízo; farinha pouca, meu pirão primeiro. 

Não são só as autoridades de hoje, que encontram no traídor um bom parceiro. Na narrativa bíblica são as autoridades judaicas que fazem aliança com Judas, mas é ele quem se oferece como solução para o "problema" daqueles líderes (Lc 22.4). Na vida e na História é sempre o judas quem se oferece primeiro, ele que traz a dita proposta irrecusável que casa perfeitamente com as "boas intenções do homem". Na Bíblia vemos, que os sacerdotes e oficiais do templo ficaram eufóricos com a solução oferecida por Judas a um preço tão baixo: 30 moedas de prata.

Sempre existiram judas querendo ajudar a lulas, Fernandos e etc... Ninguém é obrigado a aceitar, mas as propostas sempre são muito atraentes e na falta de opções é difícil resistir. Onde estão os grandes idealistas, onde estão as vozes humanitárias? Vivemos em um tempo em que sobram judas e faltam os salvadores.

Os lulas (os que buscam o caminho mais fácil) e os judas (os que oferecem facilidades), multiplicam-se no tecer dos dias na busca de seus quinhões de poder. Entretanto, Jesus é um só, ontem, hoje e eternamente. Não fez aliança com o Iscariotes, porque não veio para alimentar o revezamento entre oprimido e o opressor, mas sim, para fazer aliança com todos aqueles, que não o vêem só como uma boa figura a ilustrar uma fala; que não o vêem como um mero ícone de sua religiosidade. Mas o enxergam com o Salvador único e suficiente para todos os que nele crêem. É triste percebemos, que por ignorar a Palavra de Deus, estamos perdendo de vista a Jesus. Restando-nos apenas os judas.

Pobres sacerdotes e oficiais do templo, pobres Lulas, pobres Sarneis, pobres Josés, pobres Renans, pobres Michels. Pobre de quem para Judas, diz amém.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

JESUS, O BÊBADO E EU.


Falar que as pessoas são medidas pelo sucesso, pelo êxito, pelos padrões sócio-econômicos, é chover no molhado. Porém, outro dia andando na rua deparei-me com uma cena, infelizmente muito comum, que me instigou a refletir um pouco sobre o tema. Vi um homem cambaleante totalmente bêbado que se agarrava as paredes de uma loja. A julgar pela maneira que ele balançava, parecia que todo o planeta estava sob o mais poderoso dos terremotos. Quando o ébrio percebeu que por um momento eu olhava para ele, disse a esmo a seguinte frase: - Todo mundo só fica olhando prás cachaça queu tomo, mas ninguém vê uss tombu queu levo! Foi dessa forma que ele falou. Uma frase comum, repetida nos bares. Porém, aquela fala, naquele momento, me constrangeu.

Fez-me pensar como nos tornamos juízes um dos outros à medida que o outro vai se dissipando a nossa frente, à medida que o vemos como menos favorecido que nós. É nessa hora que notamos, sob uma análise mais profunda, que nosso julgamento do alheio se dá a partir dos nossos valores e não a partir do real estado e necessidade do outro. Como olharíamos a um bêbado antes da embriaguês? Como o julgaríamos ao vê-lo enquanto estava sóbrio e com roupas limpas? Somos tremendamente circunstanciais em nossos pareceres. Todos sabemos sobre a miséria espalhada em nosso país e no mundo, todos sabemos que muitos dos nossos semelhantes padecem. Então, por que de forma seletiva, nos importamos mais com uns do que com outros?

Por que não nos abalamos tanto com o genocídio de 1994 em Ruanda, como ficamos abalados em 2001 com os atentados de 11 de Setembro? Não indiferente a outros grandes traumas na humanidade, uso esses dois momentos por causa da contemporaneidade dos fatos. Em Ruanda, em 100 dias, morreram 800 mil (média de 8 mil por dia), no 11 de Setembro em um dia morreram aproximadamente 3 mil pessoas. Qual das duas calamidades teve maior repercussão na chamada "Comunidade Internacional"? Sem dúvida o episódio em solo norte-americano. É óbvio, que não queremos medir o peso desses dois momentos, pois ambos foram terríveis, mas sim chamar atenção para o diferente grau de importância dada entre dois períodos, não tão distantes em termos de poder de exposição da mídia internacional, ou seja, não foi por falta de recursos informativos, que o mundo falou e se "importou" mais com o 11 de Setembro.

Nós, seres humanos, mesmo não admitindo, nos encontramos desumanizados ou em processo de desumanização. Avaliamos a dor e/ou condição do outro a partir de nós mesmos, a partir dos pressupostos que são construídos em nós por uma sociedade, que incentiva a permanecência no senso comum. Aonde tudo já nos chega mastigado, onde já pensaram por nós. E nos entregam tudo já empacotado e pronto para o consumo, entretenimentos, ideologias, valores, padrões estéticos e etc... Daí, nos indignarmos pelas coisas que nos mandam indignar, nos alegramos pelas coisas que nos mandam alegrar, valorizamos o que nos mandam valorizar. Você pode até dizer que não é bem assim, mas é! Creio que há algo inato na natureza rebelada do ser humano: pensamos em nós primeiro e todos os nossos pontos de vista nascem do ego para fora, do eu para o outro. E isso desde o nascimento. Que o filósofo me perdoe, mas não creio que nasçamos como tabulas rasas, folhas de papel em branco. Não ignorando o que diz a psicologia quanto às fases cognitivas da criança, já nascemos com tendências egocêntricas e hedonistas. Há uma base inicial já distorcida em relação ao "projeto original" de Deus para os homens, que precisa ser consertada senão tudo o que for construído sobre ela estará longe do ideal. Esse é um ponto. Outra coisa a ser dita é que o nosso julgamento nunca é imparcial, desprovido de influências externas. Ele sempre estará impregnado daquilo que valorizamos e buscamos durante a nossa jornada de vida - aqui me afino com o filósofo (risos).

Sabem, eu tenho aprendido que somos imitadores por natureza, o mimetismo é próprio dos homens. Influenciamos e somos influenciados o tempo todo. Isso não precisa ser mudado, só existe Um que é cem por cento original. O problema está nos exemplos que temos recebido, nos valores absorvidos, que além de moldarem as nossas motivações e atitudes, as colocam sob um princípio capital: "Sempre olhar para o outro a partir de si próprio". Ou seja, não só nascemos assim, mas somos motivados a permanecer assim! O outro não é o que é de fato, ele é o que eu penso sobre ele. E, o que eu penso sobre ele é ditado por uma sociedade cada vez mais imediatista e egoísta, que só se importa com aquele que pode lhe trazer "retorno". A educação, o afeto familiar, até as religiões, servem para trazerem um pouco de luz em meio a essas trevas. Porém, não são suficientes. Porque tais valores são emanações de uma fonte maior e inesgotável, que não permanecem por muito tempo se não estiverem em conexão direta com ela.

Ah, como aquele homem embriagado me ensinou! Ele me fez ver aquilo que Jesus não cansa de ensinar-me e eu insisto em não aprender! Mais feliz, muito mais feliz é aquele dá, do que o que recebe. Deus nos fez como canais de seu incessante favor. Recebemos dele e passamos ao outro, para que as preocupações sobre o que fazer com o acúmulo não nos devore e nos transforme em devoradores. Mas, isso não se aprende em discursos - os socialistas bem que tentaram. Sem uma mudança no âmago, na estrutura central do ser, no máximo seremos como rochas á beira-mar, apesar de toda resistência, com dia e hora marcados para serem moldadas pela força das ondas. O bêbado sem querer me fez ver, que a diferença entre ele e eu poderia ser meramente cronológica, que de certa forma, sem uma mudança visceral de caráter e valores, todos chegamos ao mesmo buraco. Uns mais depressa outros mais devagar. Ele me fez ver, que sem uma base transformada, sem uma mudança radical, sem um novo nascimento de alma, mente e coração, todos os meus atos ou intenções de bondade, não passarão de vernizes, que tentam disfarçar a feia face do egocentrismo que há em mim.

Jesus veio ao mundo para efetuar essa mudança, a fim de que, sob a certeza de seus cuidados, tenhamos atitudes altruístas sem a espera de recompensas. Para que haja uma metanóia (total mudança espiritual e intelectual), completa em nossas vidas. Para, que possamos ver nossa real condição, aquilo que os olhos carnais não enxergam, revelando o quanto pobres e miseráveis somos. Para nos fazer clamar por socorro, por misericórdia. Veio nos dar uma nova base, uma rocha firme sobre onde construiremos edifícios eternos. A fim de que, o que venha a ser erigido, não se corrompa. Para, que ao contrário do que aconteciam antes, as lutas e provações em meio a uma multidão alienada e corrompida, só sirvam para fortalecer ainda mais as nossas convicções, aumentando a compaixão e o amor pelos outros. Pois, diante de nós se abrirá um mundo novo, de infindáveis possibilidades.

 Antes eu sonhava com o dia em que estaria no céu junto com minha família, amigos e longe desse "mundo sem solução". Hoje, sobre um cenário mais amplo, mais integral. Sonho com um reino lindo, que já começa aqui e se perpetua na gloriosa eternidade. Nesse novo sonho, eu ainda vejo minha família, meus amigos, meus irmãos. Mas, além disso, percebo que há nele uma maior definição, Jesus não é mais aquela figura nós ares distante das demais. Ele é alguém que está no centro de uma numerosa multidão. Há mais zoom nesse sonho. Posso ver a face das pessoas, como elas são, posso ver que Jesus é muito mais lindo de perto. E ao insistir em mirá-lo, o que vejo me emociona. Percebi que sob a amplitude de uma luz intensa, lá estavam, no meu sonho renovado, Jesus, o bêbado e eu.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

QUEM EU SOU?





Essa semana lí um artigo muito interessante onde duas afirmações do autor ficaram gravadas em minha mente,  não sei bem se com as mesmas palavras, mas ele escreve mais ou menos assim: "Nosso atual sistema democrático só serve para dar legitimidade a minoria que controla os aparelhos do governo"; e, "Vivemos num país laico (onde a religião não tem poder sobre o estado e vice-e-versa) e querem transformá-lo num país secularista onde não há mais espaço para crenças religiosas". São verdades que todos sabemos , mas fingimos não saber, mas nos trazem indignação.

Quem eles pensam que são? Utilizam o poder para diminuição do ser e para a ilusória alimentação do ter. Ou seja,  sustentam a mediocridade do povo com educação de má qualidade e entretenimento  ordinário, enquanto lhes lambuzam os lábios com facilidades (apadrinhamentos) e assistêncialismos baratos. Quem eles pensam quem são?  Sob falsa bandeira de igualdade nos empurram seus estilos de vida desvairados e cheios de libertinagem. Dizem que querem respeito às suas opções, mas na verdade querem impó-las em contrariedade ao que dizem ser arcaico e castrador.
Quem eles pensam que são? Vou lhes dizer o que são. São loucos que dançam a beira do abismo; são crianças imaturas que desejam dominar os pais; são bestas desumanizadas guiadas por instintos; São maníacos sexuais capazes de fazer inveja ao Marquês de Sade; são melancólicos disfarçados de liberais; são deuses de barro carregados pela multidão... São autocratas minoritários que dominam sobre a grande maioria, todos moldados no mesmo chão.

Então, quem eles pensam que são? (...) Terminaria aqui com está interrogação? Talvez. Mas, que seja com outro sujeito. Porque, antes de obter a resposta certa, preciso fazer a pergunta certa para que não pensem por mim, sobre para onde vou, o que eu gosto e o que eu posso. E, isso eu preciso fazer antes de esticar o meu nervoso indicador.
Preciso saber de fato quem eu sou. Olhar para o espelho e dizer: Quem você pensa que é? Você é o que diz a multidão? Você é o que fala o coração? Você é formatado pela minoria que impõe dominação? Ou você é o que diz o Pai da criação?

Afinal, quem eu sou? Sou uma metamorfose ambulante que jamais criou asas? Ou, sou alguém que só vê à parte o todo que alguém já mirou? Quem eu sou?
Pergunta difícil de responder. Vamos então por eliminação.
Não sou o personagem que a novela inventou. Não sou o pobre coitado cujo o tempo findou. Não sou a esperança que o outro cantou. Não sou massa para o modelo que o mundo inventou. O chão dessa terra sofrida, o choro da vida ofendida, não me deixam saída... Sabem o que sou nessa vida? Penso ser uma criatura, que encontrou abrigo nos braços de quem a criou. E, que por isso, não teme mais o perigo da cria que se rebelou. Sim, eu sou uma criatura, que se transformou em filho por meio do favor imerecido do Filho mais digno.

Dada a conclusão, não aponto mais o dedo. Pois, já sei onde o leite azedou, em que curva o rio secou, onde a lepra se alastrou. Foi no coração humano, do homem que sabe pensar, mas esqueceu o que é amar. Raça que ama o que cria, mas aborrece quem a criou. Povo que anseia, procura, mas não se contenta, porque o que pensa ser muito é muito pouco e acabou. Povo pobre e sedento, que mesmo quando acredita chegar, descobre que nunca chegou.

Concordo com o escritor, mas para esse povo não estendo apenas o dedo. Pois ele só alcança, só mostra a ferida, preciso ir além, ir ao ponto que o bom Forasteiro chegou. Para esse povo eu estendo as mãos no afã de mudar sua história, de transmitir-lhes calor, um calor de fogo purificador da glória do meu eterno Senhor. Eu já sei quem eu sou. Sou o fruto do Sonho de Deus, que por meio de Cristo com Ele se reconciliou.

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