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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

UM POUCO ALÉM ...


A humanidade é contaminada pelo vírus do consumismo ou da excessividade. Eu prefiro usar o termo excessividade, porque este nos conduz para fora de algo relativo ao homem só no contexto contemporâneo, e nos faz pensar que as pessoas, independentemente de contextos geográficos e históricos sempre foram voltadas para o acúmulo de bens - senão sempre, a partir do momento em que houve o abandono da vida nômade e as sociedades se fixaram em povoados e depois cidades. Diferentemente dos animais, o homem possui muitas necessidades. Somos fisiologicamente semelhantes e estamos presentes em todo o globo terrestre, seja o ambiente quente ou frio lá estamos nós. Porém, Quando sentimos frio, não temos plumas ou pelos para nos aquecermos, dependemos dos agasalhos, se há fome, não nascemos como caçadores ou agricultores. Nós comemos do que o outro plantou, criou, todos seremos sempre dependentes do outro. É claro que num sentido metafórico existem homens mais predadores do que os mais ferozes animais e gente mais emplumada do que pavão, mas isso, eu assunto para outra hora. Mas, o que eu quero dizer, é que ato de consumir vem de uma necessidade natural do homem. Deus nós fez assim, para que fossemos mesmo, dependentes uns dos outros. Deus quis que por meio de meu semelhante, eu me completasse e vice-e-versa.
O problema está no excessividade. Em tempos de defesa do Meio Ambiente, nós sempre estamos ouvindo que o nosso planeta é uma fonte de recursos em termos, renováveis, mas que não são eternos, um dia terão fim. Quando excedemos às nossas necessidades – incluindo a de sentir conforto e prazer - três coisas acontecem: aceleramos o fim dos recursos e deixamos alguém de fora. Não porque a nossa sede seja maior, mas sim, porque uns possuem as mãos maiores que a dos outros.
Eu falei sobre três coisas e só disse duas... Não que as duas primeiras não sejam importantes, mas o que difere a nossa palavra de uma mensagem marxista ou meramente sobre valores e cuidados com o Meio Ambiente é dizermos que os excessos, também nos intoxicam física e espiritualmente. Todo mundo sabe que vitamina C faz bem a saúde, mas poucos se importam em saber que o seu excesso é prejudicial ao organismo. Tudo mundo sabe que faz bem praticar exercícios, mas ignoram que o excesso é não faz bem.
Todos os recursos terrenos são limitados, céus e terras passarão, diz a Palavra.
A busca frenética dos bens dessa terra é aquilo que a Bíblia chama de concupiscência dos olhos, desejo exagerado de bens e gozo material e isso tem inchado a humanidade. Colhemos coletivamente os frutos do desespero materialista que não é de hoje, mas que sempre assolou a alma humana. Trazemos no corpo, na mente, na família, na sociedade, na economia, na natureza, as mazelas do querer demais as coisas e usar as pessoas. Numa inversão bizarra, onde o ser perde para o ter. Regredimos a sociedade pré-histórica, somos novamente caçadores e coletores. Porém, com um requinte de crueldade, não exploramos apenas a terra, sugamos as pessoas e provamos do nosso próprio mal, como um escorpião acuado e sem saída, que ferroa o próprio corpo. Somos predadores assustados sucumbindo pelo veneno.
...Não há nenhum justo, nenhum sequer; não há ninguém que entenda (...) Seus pés são ágeis para derramar sangue; ruína e desgraça marcam os seus caminhos, e não conhecem o caminho da paz. Rm 3.10-17.
A Bíblia melhor do que qualquer outro meio esclarece muito bem sobre o resultado de toda a nossa “gula existencial”.
Diante dos fatos e diante do que sempre aconteceu no mundo, ninguém precisa ser formado em ciências humanas para admitir que colhemos frutos ruins do “querer ter” em excesso. Embora prefiramos não pensar sobre isso. Atitude até certo ponto compreensível, porque entre saber da existência de um câncer, e poder curá-lo há uma distância às vezes intransponível.
- Se a História mostra, que na visão macro, tanto Religião como Ciência não encontraram a cura, porque me preocupar? - Se o barco está afundando, que eu tire o máximo proveito de minha estada!
E razoável pensar que sejam quais forem as minhas crenças e ideologias, há uma espécie de desarranjo no mundo. Se creio na evolução das espécies porque não melhoramos? Se creio nas propostas dos pensadores, por que não emplacaram? Se sou criacionista aonde está o criador diante de tal horror?
Eu sei que as colocações são bem simplistas. Porém, como alguém que tece palavras com fé no Criador, ousaria discorrer sobre o que penso, de forma simples e provocativa na busca de uma reflexão coletiva. (...)


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